Bom, gostaria de ter tempo hábil para postar todos os dias. Mas não é possível. Nós, professores, acumulamos muitas funções, pois não dá pra contar somente com nossos vencimentos: se queremos ter uma qualidade de vida, devemos ter atividades extras.
Mas o fato é que retornei para apresentar algumas reflexões e sugestões acerca do ensino de matemática. Durante muito tempo, essa área do conhecimento era razão de insegurança e de improviso, pois eu não sabia muito bem como lidar com isso. Aos poucos, fui seguindo alguns colegas, acolhendo algumas sugestões e "levando". Meu ponto de partida era trabalhar com as quatro operações e com calendário.
Só que, de repente, resolvi abandonar as velhas práticas e tentar uma estratégia diferente. Eu sempre tive uma preocupação com o fato de que as crianças não sabiam raciocinar: eles esperavam respostas prontas.
No ano passado, trabalhamos com o Sudoku, pois eu achava que um jogo como esse estimularia esse aspecto. Percebi que ajudou, mas ainda não foi suficiente.
Pois bem, decidi que não iria mais trabalhar com as operações, somente com situações-problema. Nestas atividades, eu abordaria todas as operações ao mesmo tempo, de repente apresentando duas na mesma situação.
Elaborei problemas com simulações do que fazemos na sala. Lembrando que este ano estou trabalhando com o 1º ano. Todos os dias, fazemos a contagem dos alunos, em que pergunto-lhes, por exemplo: "se hoje tem 26 alunos e o total são 31, quantos faltaram? Quantos meninos tem a mais do que meninas?
Mantive o trabalho com o calendário. Pergunto: "se hoje é segunda-feira, que dia foi ontem? E que dia será amanhã?
Percebi, ainda, a necessidade de se trabalhar com a régua. Sim, eles têm uma régua que fica no meu armário (para que todos tenham, pois nem sempre o que vai para casa retorna...) e eles pegam sempre que precisam.
As primeiras atividades foram feitas coletivamente. Eu lia, apresentava possibilidades de resolver os problemas, demonstrando que há mais de um caminho para chegar ao resultado.
Com essa atividade, os poucos alunos que estavam alfabéticos me pediam para ler e eu deixava. Isso motivou e incentivou os demais.
Eles começaram a ler, e hoje a maioria já consegue. Nós lemos juntos, verifico a interpretação deles e os desafio a chegarem ao resultado.
Eles cochicham no meu ouvido, se acertam ficam lá na frente. O desafio faz com que eles desejem acertar.
Num determinado dia, apresentei um problema com divisão e li para eles, perguntando como poderíamos saber quantas balas cada um ficaria. Um dos meninos disse: "professora, é só dividir!". Quando falei que era uma boa saída, que estava correto, ele murmurou para si mesmo: "eu acertei..."
Um dos pais me reportou que seu filho está "muito bom em Matemática", e falei que minha preocupação é de que eles não fiquem perguntando: "prô, é conta de mais ou de menos?"
Ele me disse que sua filha do 3º ano tem essa dificuldade e perguntou como saná-la. Sugeri que ele observasse as situações-problema do meu educando e fizesse algumas modificações.
É muito interessante ver como eles estão raciocinando, demonstrando caminhos, saídas para solucionar o problema.
O desafio para eles é muito estimulante. Eu até poderia deixá-los resolverem sozinhos, mas como ainda tenho alunos que não sabem ler e escrever convencionalmente, faço as atividades coletivamente, pois sei que devo atender a todos. Este é um caminho que está dando muito certo.
Pessoal, espero que eu possa ter contribuído para a prática de professores que, como eu, ainda estão construindo concepções e práticas. Lembrando que não temos a obrigação de saber, e sim o dever de pesquisar para nos aprimorarmos sempre.
Outra sugestão é um livro chamado "Os problemas da família Gorgonzola". Busquem na internet, está disponível para download.
Um abraço a todos
Professora Neyde
Mas o fato é que retornei para apresentar algumas reflexões e sugestões acerca do ensino de matemática. Durante muito tempo, essa área do conhecimento era razão de insegurança e de improviso, pois eu não sabia muito bem como lidar com isso. Aos poucos, fui seguindo alguns colegas, acolhendo algumas sugestões e "levando". Meu ponto de partida era trabalhar com as quatro operações e com calendário.
Só que, de repente, resolvi abandonar as velhas práticas e tentar uma estratégia diferente. Eu sempre tive uma preocupação com o fato de que as crianças não sabiam raciocinar: eles esperavam respostas prontas.
No ano passado, trabalhamos com o Sudoku, pois eu achava que um jogo como esse estimularia esse aspecto. Percebi que ajudou, mas ainda não foi suficiente.
Pois bem, decidi que não iria mais trabalhar com as operações, somente com situações-problema. Nestas atividades, eu abordaria todas as operações ao mesmo tempo, de repente apresentando duas na mesma situação.
Elaborei problemas com simulações do que fazemos na sala. Lembrando que este ano estou trabalhando com o 1º ano. Todos os dias, fazemos a contagem dos alunos, em que pergunto-lhes, por exemplo: "se hoje tem 26 alunos e o total são 31, quantos faltaram? Quantos meninos tem a mais do que meninas?
Mantive o trabalho com o calendário. Pergunto: "se hoje é segunda-feira, que dia foi ontem? E que dia será amanhã?
Percebi, ainda, a necessidade de se trabalhar com a régua. Sim, eles têm uma régua que fica no meu armário (para que todos tenham, pois nem sempre o que vai para casa retorna...) e eles pegam sempre que precisam.
As primeiras atividades foram feitas coletivamente. Eu lia, apresentava possibilidades de resolver os problemas, demonstrando que há mais de um caminho para chegar ao resultado.
Com essa atividade, os poucos alunos que estavam alfabéticos me pediam para ler e eu deixava. Isso motivou e incentivou os demais.
Eles começaram a ler, e hoje a maioria já consegue. Nós lemos juntos, verifico a interpretação deles e os desafio a chegarem ao resultado.
Eles cochicham no meu ouvido, se acertam ficam lá na frente. O desafio faz com que eles desejem acertar.
Num determinado dia, apresentei um problema com divisão e li para eles, perguntando como poderíamos saber quantas balas cada um ficaria. Um dos meninos disse: "professora, é só dividir!". Quando falei que era uma boa saída, que estava correto, ele murmurou para si mesmo: "eu acertei..."
Um dos pais me reportou que seu filho está "muito bom em Matemática", e falei que minha preocupação é de que eles não fiquem perguntando: "prô, é conta de mais ou de menos?"
Ele me disse que sua filha do 3º ano tem essa dificuldade e perguntou como saná-la. Sugeri que ele observasse as situações-problema do meu educando e fizesse algumas modificações.
É muito interessante ver como eles estão raciocinando, demonstrando caminhos, saídas para solucionar o problema.
O desafio para eles é muito estimulante. Eu até poderia deixá-los resolverem sozinhos, mas como ainda tenho alunos que não sabem ler e escrever convencionalmente, faço as atividades coletivamente, pois sei que devo atender a todos. Este é um caminho que está dando muito certo.
Pessoal, espero que eu possa ter contribuído para a prática de professores que, como eu, ainda estão construindo concepções e práticas. Lembrando que não temos a obrigação de saber, e sim o dever de pesquisar para nos aprimorarmos sempre.
Outra sugestão é um livro chamado "Os problemas da família Gorgonzola". Busquem na internet, está disponível para download.
Um abraço a todos
Professora Neyde
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