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Mostrando postagens de julho, 2022

A Bienal do Livro - 2022

 A visita à Bienal do Livro neste ano teve um gosto diferente: gosto de saudade que a gente mata, de retomar nossa vida como era antes de tudo isso. A pandemia não acabou, ainda convivemos com a COVID-19, mas estamos melhores do que em 2020. Este ano, eu tinha uma missão: entregar as cartas dos meus alunos a dois autores muito queridos: Eva Furnari e José Roberto Torero . Fui ao estande da SME, assisti ao encontro "Os sete em cena", evento que reuniu sete autores sensacionais, que trabalhamos em sala de aula. Com meu bebê no colo e as cartas na mochila, encarei aquele mundaréu de gente, mas valeu a pena: entreguei as cartas, tietei os autores, tirei fotos. Teve recado em vídeo do Torero e, mais ainda: ele respondeu as cartas! A Eva Furnari pediu meu celular para nos responder. Claro que as crianças piraram!!!! No retorno do recesso, vou levar impresso o e-mail com as respostas.  Abaixo seguem as fotos, o vídeo do Torero e as respostas! Agora, bora trabalhar com as indicações

A cozinha afetiva

A Cozinha Afetiva   Em muitos lares, independente de como fomos educados, a cozinha e as refeições são a forma de ser e estar de muitas famílias. Pessoas que preparam suas refeições na correria, ou mesmo não preparam, as pedem. Esse assunto vem ganhando destaque no momento de pandemia em que estamos vivendo, uma vez que as pessoas estão se arriscando mais na cozinha. Surgem novas “musas da quarentena”, como Rita Lobo, Bela Gil e “musos” também, como Rodrigo Hilbert e mais uma série de chefs de cozinha que nos mostram que cozinhar é, sim, uma arte. As sensações que os cheiros e sabores de certos pratos nos causam nos transportam para nossa infância, nossa adolescência, algum momento especial de nossa vida. Outro dia, meu tio me mandou uma foto de um prato de feijoada com a seguinte mensagem: “lembrei da comida nordestina que sua vó fazia, que saudades! ”. Em algum momento da vida, você já comeu alguma refeição quando adulto, por mais simples que fosse, e sentiu o gosto da infâ

O banheiro unissex

  O BANHEIRO UNISSEX   Há certas modernidades, digamos assim, certos avanços sociais que podem nos colocar em situações um pouco constrangedoras. Há um tempo atrás, iniciei um curso presencial de pós-graduação, que ocorria todos os sábados, o dia todo. Longe dos bancos de uma universidade há algum tempo, meu retorno foi bastante prazeroso, pois gosto de cursos presenciais por acreditar sinceramente que nada substitui a interação com colegas e professores. Logo de cara, o que mais me chamou a atenção foi uma placa na porta do banheiro, em que estava escrito “Banheiro Unissex”. Como assim? Iria passar meus sábados na universidade e escovar meus dentes na frente dos “meninos”? Não dava pra usar o espelho com a mesma naturalidade que se faz entre garotas. Evidente que fui utilizar este banheiro, via as pessoas com o mesmo constrangimento que eu. Como muitas colegas também tinham seus pudores em relação a isso, a universidade disponibilizou banheiros separados em outro andar. Mas,

A primeira vez no motel

  A Primeira Vez no Motel   Sabe aquela frase que diz “essa é uma obra de ficção, qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência” ? Pois é, neste caso, NÃO é mera coincidência! Ocorreu que uma grande amiga chamada Ana (nome fictício para preservá-la) lá com seus vinte e poucos anos, foi pela primeira vez com o seu namorado ao motel. Era a primeira vez de ambos no local. Já não bastasse o mico de entrar a pé, eles tiveram que esperar um quarto, uma situação bastante constrangedora. Ao chegar ao quarto, fizeram uma exploração do ambiente, mexendo nas luzes, no controle da TV, no rádio, nas luzes da banheira, enfim, em tudo. Mas o namorado de Ana era metódico, detalhista, e viu justamente um compartimento que ele foi logo falando: “Olha, que legal, um lugar para colocar nossas roupas”. Apesar de achar meio bizarra essa observação do namorado, Ana acabou concordando em colocar a roupa lá dobrada, para não amassar, já que haviam ido em sigilo absoluto ao motel, e não ficari

Ah, as crianças...

  AH, as crianças...   As crianças são os seres simples e a maneira como elas compreendem o mundo é muito interessante. Elas prestam atenção em tudo, e soltam os comentários mais sinceros e espontâneos quando menos se espera. Por vezes, podem nos deixar totalmente constrangidos e nos colocar cara a cara com nossas imperfeições, mentiras e mais. Como no dia em que o filho de uma conhecida atendeu ao telefone. Era o chefe da sua mãe, uma policial militar. O menino não titubeou em responder: - Maria Cristiane não pode atender, ela está fazendo um cocô. Certa vez, essa mesma amiga foi a um casamento e comprou alguns pratos de presente para a noiva numa loja de R$ 1,99, fez um embrulho bonito e sabia que o presente iria agradar. Não deu outra, a noiva elogiou o presente e disse: - Não precisava, você deve ter gasto uma nota nestes pratos! O menino disparou: - Não foi não, foi só R$ 1,99! O risinho de constrangimento foi inevitável. No entanto, quem entregou um segredo

Era um ET, eu juro!

  Era um ET, eu juro!   Eu nasci e cresci nos anos 80. Bons tempos, em que não se tinha os recursos tecnológicos da atualidade, mas que deixaram saudades. Pra ser bem específica, me recordo do meu pai, que era um cara criativo, que sempre brincava conosco e inventava algo diferente pra fazer. A luta contra o tédio já existia pois o entretenimento era escasso. As pessoas procuravam hobbies, atividades com as quais pudessem se envolver, se divertir e conviver e, diga-se de passagem, eram muito criativas. Assim, há muitas histórias sobre os “hobbies” do meu pai. Um, particularmente, me causava preocupação, curiosidade, fascinação e até medo. De vez em quando, meu pai se reunia com alguns amigos para estudar e falar sobre Ufologia. Eu explico: são estudos sobre fenômenos relacionados a discos voadores. Não é um estudo científico, pois não tem comprovação. Mas há muitos ufólogos pelo mundo, buscando evidências que comprovem suas teorias. Meu pai e seus amigos montaram uma espécie

Presente de Grego

  PRESENTE DE GREGO   Esta expressão permeia o senso comum e, apesar de muitas pessoas não saberem o que significa ou sua origem, a utilizam pela compreensão de que, um presente de grego, é algo que ganhamos, que não negamos mas que não nos é útil ou mesmo agradável. No entanto, dar um presente de grego é, por vezes, a forma que encontramos para resolver um problema. Bem, comigo foi assim. Melhor dizendo: com a minha mãe foi assim. Nos anos 90, os animais de estimação ainda não tinham o tratamento cinco estrelas que têm hoje. Morávamos numa casa com quintal, já tínhamos o nosso cão de guarda, um rabugento poodle stander (grande e peludão) que ficava no quintal. Tinha seu canto, ficava preso e acho que esse era o motivo da rabugice. Não era raro nos encantarmos com cãezinhos fofinhos abandonados nas ruas do bairro e tentar trazê-los para casa. Mas, para amolecer o coração de pedra de minha mãe, era difícil. Afinal, alguém tinha que ser firme, colocar ordem na casa. Mesmo su

Os livros não envelhecem

Finalmente, depois de tanto tempo, volto a escrever por aqui. Andei sumida, né? Nasci mãe há um ano e oito meses e, desde então, tenho dedicado meus dias ao meu pacotinho de ternura. Muita coisa aconteceu, mas um fato não mudou. Parafraseando o Clube da Esquina, que diz "os sonhos não envelhecem", eu digo "os livros não envelhecem". Digo mais: "boas histórias não envelhecem". Este ano, estou tendo o privilégio de trabalhar com uma turma de 4º ano e venho com a minha principal bandeira "pedagógica": fomentar o encantamento pela leitura. Em todos esses anos de magistério, em cada turma que eu passo, planto uma sementinha da leitura e, com essa turma, não seria diferente. Em cada turma, um livro se torna "o queridinho", aquele que as crianças buscam na sala de leitura. Eis que uma aluna vivia com o livro "Marcelo, marmelo, martelo", de Ruth Rocha, a tiracolo, carregando-o para todos os cantos da escola. Eu ainda não o havia lido