A determinação, agora, é que o ensino fundamental passe de 8 para 9 anos. Bem, as escolas da rede privada já estão neste sistema. Mas o fato é que este parece não ter sido bem compreendido pelas diretoras de escolas de ensino privado. Certa vez, me disse uma colega que, "na escola aonde ela trabalhava, as crianças do primeiro ano tinham que aprender a escrever em letra cursiva". Isso é um massacre com a criança. As escolas, sobretudo as da rede privada, ainda valorizam aspectos que pouca relevância têm no aprendizado do educando.
Mas o fato é que, a partir do próximo ano, receberemos as crianças de primeiro ano no ensino fundamental.
Tive a oportunidade de atuar nas duas modalidades da educação básica, e penso que a criança que sai da educação infantil e ingressa no ensino fundamental, sofre uma mudança muito brusca. Lá, ela brincava no parque, ela manipulava fantoches, fazia dramatizações, brincava com massinha de modelar, sentava-se em grupos. Agora, a sala é organizada com um sentado atrás do outro, virado pra frente, ela precisa aprender muitas coisas e, em alguns casos, escrever muitas coisas, copiar.....e a brincadeira? Bom, esta restringe-se à hora do recreio. Neste momento, eles correm, brigam e acabam desenvolvendo uma agressividade que dá até medo.
O dia do brinquedo? De jeito nenhum! Parque? Que parque, a escola de ensino fundamental não tem parque!
Pois é, agora, com uma estrutura extremamente tradicional, nós receberemos estas crianças. Será que este professor está preparado para compreender que seu trabalho deverá ter um novo foco? Um novo olhar? Será que este professor está preparado para entender que estes "meninos" podem, sim, fazer atividades de alfabetização, mas com uma abordagem mais lúdica e com recursos diferentes?
Pois é, estas são questões que não foram analisadas pelos sistemas de ensino. As coisas acontecem de maneira desordenada, sem estrutura e, por fim, acaba-se tendo que pensar na melhoria para as próximas turmas.....mas estas, ah pessoal, estas certamente serão cobaias.
Quando penso nesta situação, faço uma analogia com uma paciente que vai procurar um ginecologista para lhe receitar um anticoncepcional: o médico, geralmente, lhe passa um comprimido e, de acordo com a reação orgânica da paciente, ele pode experimentar outros, ou ainda suspender.
Os efeitos colaterais se vão, e a paciente tem a opção de continuar ou não a tomar a medicação.
E no caso de nossas crianças? Serão as cobaias? Aqui, não serão desencadeados sintomas, mas sim, conseqüências para a vida destas crianças.
Elas irão aprender, sim, algumas estarão alfabetizadas e outras se sentirão excluídas por não conseguirem acompanhar a turma. A questão é: é possível medir o risco e as conseqüências que uma mudança como esta pode trazer? Quem vai responder por isto?
Bem, deixo aqui muitas perguntas, muitas incertezas e inquietações. E que estas crianças tenham a possibilidade de encontrar professores que as acolham, as compreendam e tenham um olhar mais humano de que, mudança de nomenclatura, é muito mais do que se aparenta. Ler e reler as entrelinhas me parece essencial.....Caros colegas, reflitam sobre isso! Este é meu convite e meu desejo.
Mas o fato é que, a partir do próximo ano, receberemos as crianças de primeiro ano no ensino fundamental.
Tive a oportunidade de atuar nas duas modalidades da educação básica, e penso que a criança que sai da educação infantil e ingressa no ensino fundamental, sofre uma mudança muito brusca. Lá, ela brincava no parque, ela manipulava fantoches, fazia dramatizações, brincava com massinha de modelar, sentava-se em grupos. Agora, a sala é organizada com um sentado atrás do outro, virado pra frente, ela precisa aprender muitas coisas e, em alguns casos, escrever muitas coisas, copiar.....e a brincadeira? Bom, esta restringe-se à hora do recreio. Neste momento, eles correm, brigam e acabam desenvolvendo uma agressividade que dá até medo.
O dia do brinquedo? De jeito nenhum! Parque? Que parque, a escola de ensino fundamental não tem parque!
Pois é, agora, com uma estrutura extremamente tradicional, nós receberemos estas crianças. Será que este professor está preparado para compreender que seu trabalho deverá ter um novo foco? Um novo olhar? Será que este professor está preparado para entender que estes "meninos" podem, sim, fazer atividades de alfabetização, mas com uma abordagem mais lúdica e com recursos diferentes?
Pois é, estas são questões que não foram analisadas pelos sistemas de ensino. As coisas acontecem de maneira desordenada, sem estrutura e, por fim, acaba-se tendo que pensar na melhoria para as próximas turmas.....mas estas, ah pessoal, estas certamente serão cobaias.
Quando penso nesta situação, faço uma analogia com uma paciente que vai procurar um ginecologista para lhe receitar um anticoncepcional: o médico, geralmente, lhe passa um comprimido e, de acordo com a reação orgânica da paciente, ele pode experimentar outros, ou ainda suspender.
Os efeitos colaterais se vão, e a paciente tem a opção de continuar ou não a tomar a medicação.
E no caso de nossas crianças? Serão as cobaias? Aqui, não serão desencadeados sintomas, mas sim, conseqüências para a vida destas crianças.
Elas irão aprender, sim, algumas estarão alfabetizadas e outras se sentirão excluídas por não conseguirem acompanhar a turma. A questão é: é possível medir o risco e as conseqüências que uma mudança como esta pode trazer? Quem vai responder por isto?
Bem, deixo aqui muitas perguntas, muitas incertezas e inquietações. E que estas crianças tenham a possibilidade de encontrar professores que as acolham, as compreendam e tenham um olhar mais humano de que, mudança de nomenclatura, é muito mais do que se aparenta. Ler e reler as entrelinhas me parece essencial.....Caros colegas, reflitam sobre isso! Este é meu convite e meu desejo.
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