Sempre gostei muito de escrever. Mas não sobre minhas emoções, minha vida pessoal ou outras particularidades. Preferia escrever sempre sobre algum assunto que me interessasse. E educação, desde que optei pelo curso de Magistério, me interessa. Entretanto, quando escolhi esta área, lá pelo ano de 1994, não imaginava que um dia estaria publicando minhas idéias e que qualquer um, numa rede muito grande, poderia ler. Aqui, não sabemos quem entra, quem nos acompanha escondido pelo monitor de um computador, mas não é isso o que realmente importa.
Aqui, o que se busca é passar informação, é provocar a reflexão não somente dos colegas professores mas de todos; afinal, educação é assunto sério e de interesse geral. Só que, dentro do ambiente escolar, às vezes não temos espaço para falar, desabafar, opinar, questionar, sugerir. Há momentos em que, ainda que façamos tudo isso, nenhuma ação é de fato realizada.
Quando ouvia, lá nas cadeiras da universidade, que "trabalho de professor é como de formiguinha", não imaginava o quanto esta metáfora é verdadeira. Todos os dias, falamos quase as mesmas coisas, lutamos para que nossos alunos avancem, para que os pais acompanhem seus filhos. Ainda bem que, na maioria das vezes, conseguimos. O problema é que todo professor (inclusive EU) acha que é o salvador do mundo, e perde tanto tempo se descabelando com aqueles que dão trabalho, que a família não acompanha. Nós enxergamos lá na frente. Assim como temos medo de que nossos filhos não tenham uma estrutura mínima para crescerem como desejamos, lamentamos e nos desesperamos pelos nossos alunos que passam por este tipo de situação.
Durante algum tempo, minha vida virou escola, escola, escola. Eu falava de alunos em casa, trazia diversas atividades para corrigir em casa e sonhava constantemente com os alunos que tinham dificuldades. Mas esse tempo passou. E sabem por que? Eu percebi que eu sou uma profissional e, assim, sendo, tenho meu horário de trabalho em que devo me organizar para não levar a escola para minha casa. Hoje, procuro otimizar meu tempo nos horários de HTPC, não falo mais das minhas dificuldades com os alunos (nossa, que alívio pra minha família) e penso que não posso fazer o impossível. Passei a compreender que nós nos desesperamos porque desejamos que todos nossos meninos sejam bons alunos e cometemos um erro gravíssimo: comparamos aquele que "chega mais rápido" com aqueles que demoram um pouco mais. Às vezes, dizemos que "aquele não faz nada". Quando eu aprendi que devemos nos focar no progresso, ainda que mínimo, que nosso aluno alcançou e, mais ainda, que cada criança é única, passei a viver e a trabalhar melhor.
Não é fácil, preciso realmente me policiar, pois vez ou outra me pego pensando sobre meus alunos. E falo comigo: Neyde, é hora de relaxar!
Mas, voltando ao assunto inicial: por que escrever um blog? Porque quero falar de coisas boas, de experiências boas e ruins, quero compartilhar informações, dúvidas e idéias. Os blogs que acompanho têm me ajudado muito a ver que é possível fazer educação sendo feliz. Não quero me desencantar com a educação, ainda que os descaminhos me deixem por vezes triste, desanimada, impaciente. Ainda bem que um dia vem após o outro e tem uma noite muito bem dormida no meio. Assim, a cada dia, me refaço, e sempre penso que aquele dia será melhor que o anterior. Não se trata de auto-ajuda ou receitinha milagrosa: eu decidi que quero ser feliz. É isso...
É minha amiga...isso mesmo nós decidimos como queremos viver e passar pela vida...fico orgulhosa de ver teu amadurecimento e de ver suas escolhas e de poder sentir e agora ver uma pouco do teu trabalho...já que mesmo que perto...as vezes estamos distantes...mas isso é só por pouco...pois me sinto sempre junto de ti...amo vc demais!!!...bjus
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